quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Jardim Gramacho - O Aterro Sanitário

 Gramacho operou durante 34 anos, desde 1978 até o dia 03 de junho de 2012, quando oficialmente parou de receber lixo. Durante esse tempo, foi o maior depósito de lixo da América Latina e o principal da área metropolitana do Rio de Janeiro - a 20ª maior do mundo, com 12,6 milhões de habitantes. Recebeu o lixo dos principais municípios metropolitanos: além do próprio Rio de Janeiro, acolheu detritos de Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Teresópolis São João de Meriti, Nilópolis, Queimados e Mesquita. Acumulou entre 60 e 80 milhões de toneladas de lixo. 
O aterro fica no município de Duque de Caxias, a margem da Baía de Guanabara, ao lado da foz de dois pequenos e poluídos rios, o Sarapuí e o Iguaçu. Antes, o lixo do Rio ia para o aterro da Praia do Retiro Saudoso, no Caju, bem mais próximo ao centro da cidade, mas também na beira da baía. Quando a capacidade deste se esgotou, o crescimento urbano obrigou o lixo a ir mais longe para encontrar um destino. 




Gramacho começou como lixão legítimo, um depósito de lixo a céu aberto onde, sem qualquer controle, todo tipo de detrito era depositado. Entrava o chamado resíduo classe 1, inflamável, tóxico e causador de doenças. Incluía metais pesados e lixo hospitalar. Vinha de qualquer lugar, casas, indústrias, hospitais, portos e aeroportos. Gramacho não discriminava lixo nem se importava em cobri-lo. Não havia também qualquer tentativa de organização. Famílias moravam dentro do lixão, crianças trabalhavam nele e os próprios catadores orientavam os caminhões de lixo. Derivados do apodrecimento de matéria orgânica, o gás metano e o chorume faziam estragos. O primeiro subia do solo e produzia incêndios espontâneos, enquanto o chorume e o lixo, a cada chuva, vazavam livremente para a baía de Guanabara.
Em 1996, Gramacho recebeu um upgrade. Em 1996, Gramacho recebeu um upgrade. A área de 1,3 milhão de metros quadrados foi cercada por uma estrada periférica de 5 km e barreiras para segurar o lixo. Os resíduos passaram a ser classificados na entrada, o chorume contido e os “vetores” -- nome técnico para ratos, baratas e outras pragas – controlados. Os urubus continuaram frequentando a área em profusão, mas cachorros e até cavalos foram retirados. A área de lixo passou a ser limitada e coberta com terra. As modificações promoveram Gramacho ao que se chama um aterro remediado ou controlado. Na prática, isso significa um lixão que passa a ser coberto de terra.









Fonte: http://www.oeco.com.br/reportagens/26063-apesar-de-fechado-gramacho-e-uma-historia-inacabada


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